casa j.p.k. / 2014 / Botucatu, SP
Pôla Pazzanese
Paz Punk
Estudo para moradia de amigo e família do bairro aqui, ele ex-punk paulistano, agora dono de um restaurante peculiar, junto com a companheira culinarista. O terreno quase plano e poucas mas antigas araucárias e bambuzais, tinha bom tamanho para a horta e pomar úteis no ofício dela, com sua maior dimensão de frente para a rua do que para o fundo, o que sugeriu a implantação da casa acompanhando essa maior extensão. Assim foi zoneado o lote em 2 conjuntos ligados pela casa, um mais voltado para uso funcional, com acessos, serviços, a horta e pomar, outro mais para o desfrute e convivência, com vistas para as belas araucárias e bambus. Por ele passava um veio d’água de chuva, parte da drenagem natural do bairro, que incorporamos como alimento para um pequeno lago, quase um mini-açude, em que a passagem dessas águas ficasse preservada no paisagismo, endelicadecendo essa parte dele, onde o lado social da casa pudesse apreciar por mais tempo essas águas passageiras.
Outra condição interessante do lugar é estar na parte mais antiga do bairro, conhecida como “a Roseira”, ainda habitado pelos 1ºs moradores, originários das mesmas famílias de imigrantes que lá ocupam desde começos do séc. 20, sendo assim dos mais ativos agentes da cultura caipira de Botucatu, vizinhança especial e ativa, com produção agrícola e de comida, capela própria, festas e até violas, tudo de raíz.
Com esse jeito do lugar foi desenhada a casa, preservada a intimidade da família por uma parede alternando aberturas maiores para entradas e menores para vistas externas e ligando, pela distribuição fluida dos ambientes, os 2 jardins – comestível de um lado e contemplativo de outro – com um piso superior para os dormitórios e complementos e o térreo acomodando salas, cozinhas, serviços, escritório e espaço para telão de tv/internet, este colocado junto da escada, num canto da sala, numa carroceria recuperada de caminhão que geraria um espaço muito gostoso, além de divertido, para a família assistir coisas junto.
O sistema construtivo e estrutural, claro, foi mais uma aplicação das casas rurbanas, resolvendo o suporte para esse programa e conversas, desde o começo interessantes, com a tecnologia local.
– ouvindo rita lee, ‘orra meu’.