FAU-Unitau-Taubaté-SP
Na fau-tauba, a FAU-Unitau
na fau-taubaté, ou fau-unitau, um velho amigo desde a sso-edif, o leo de paula, me convoca a ir para lá, onde começavam um novo projeto de reerguimento de curso, organizado por ex-colegas do curso original, dos 1970-80s, quando a escola sofreu mais um daqueles conflitos duma reitoria conservadora contra um projeto de curso progressista.
foram então recomendados/as a sair os professores/as, e estudantes apoiadores, por incitação à rebelião contra “a instituição” – por simplesmente tentarem torna-lo compatível com a pós-anistia e redemocratização, tempos que na unitau da época demoravam a serem aceitos.
metido até o pescoço em santos, não podia ir mas recomendei uma moçada de sp, disposta e mais-que-pronta então – sérgio sandler, alvaro puntoni, alvaro razuk, angelo bucci, entre vários outros que não lembro mais por terem seguido mundo adiante.
passado um tempo, animado pelo que conseguiam, me organizei para ir e cheguei em meio a uma lindeza de concatenações e propostas, coordenados pelo newton massafumi, um dos ex-professores, e o urbano patto, um dos ex-alunos.
a unitau é uma autarquia municipal, com recursos provindo tanto de fundos municipais quanto de mensalidades, e uma maior autonomia nas decisões internas, o que nesses novos tempos permitiu ao grupo a proposição de muita coisa nova para o curso.
e lá então, como coordenador da sequência de projeto, pude aplicar tudo que vinha apreendendo em santos, repassando cada dia aprendido lá em francas trocas com a turma, com integrações de conteúdos e procedimentos entre anos e disciplinas, adequação de critérios de avaliação e notas etc., ajudando até a organizar melhor o diretório dos alunos e sua representação acadêmica.
uma das coisas mais interessantes que conseguimos lá foi reelaborar o exame de linguagem arquitetônica de ingresso, com consultoria de professora de psico-pedagogia da unitau, readequando-o para a realidade da estudantada local e regional, porque o critério tradicional – baseado nas artes plásticas e cursos de desenho arquitetônico como os da cidade de sp – não conseguia dialogar com aquela realidade “à-gráfica”, que quase nunca teve acesso a formas de criação e expressão gráfica na formação escolar até a faculdade.
e isso fez uma enorme diferença na qualidade, tanto do processo de avaliação quanto na predisposição dos alunos ingressantes, e indo até ao preparo dos professores de 1º ano que os receberiam.
o auge dessa experiência toda foi quando conseguimos – pelo esforço do diretor, romeu simi, um prédio novo para a escola, num antigo galpão industrial, onde coordenei o projeto e pudemos desenhar sua recuperação e adequação precisamente nos moldes do funcionamento do curso, uma experiência quase única então.
e sempre seguindo naquela mesma comunhão de saberes trocados entre bares, jantares rocks e festas, experiência fundamental na formação de qualquer grupo.
lá então confirmei o que havia percebido em santos:
o quanto o grau de comprometimento do corpo docente é fundamental para um curso, e a coordenação pedagógica como um técnico – como no futebol mesmo, do tempo em que ainda se suava pela camisa (apud abrahão sanovicz, dum dia na fau nos 1980s).
senão, por melhores que sejam os craques, se o time não cobre o jogo todo, cada pedaço do campo em conjunto, sobra sempre um setor sem cobertura para o avanço adversário.