FAU-Brás Cubas-Mogi das Cruzes, SP

Na Fau-BC, a brás cubas

pouco depois de taubaté iniciada, conversando com ciro pirondi – parceiro desde o iab-sp e fundação artigas, nós recém-formados então – pude acompanhar ele começando outro projeto de recuperação de curso na fau-brás cubas em mogi da cruzes.
trocamos muitas experiências sobre os 2 projetos e logo combinamos ir junto para lá logo que desse, eu ainda entendendo certas coisas em tauba que nos ajudariam muito depois.

entrei na coordenação da sequência de projeto e aulas do 3º ano (depois fui para o 4º ano), onde começamos a ordená-la num conjunto mais coeso, com objetivos por ano, conteúdos melhor sequenciados, processos de avaliação mais precisos etc., tornando-os mais coordenados entre si, e a integrar melhor a sequência de projeto com as das demais disciplinas.
no ano seguinte, já conhecendo mais a fundo a situação do gripo, do curso e da instituição, passei à função de coordenação pedagógica, quando realizei um relatório de diagnóstico do curso e pudemos ver, a fundo, o estado de arte do projeto dele, as contradições que enfrentava, seus limites pedagógicos e institucionais.

e este esclareceu itens essenciais para a continuidade do projeto, entre eles um em particular – situado dentro de uma instituição privada de ensino superior, o processo financeiro desta acabava por se impor ao processo pedagógico, porque tendo cursos semestrais e com entradas em fevereiro e agosto, em 3 períodos, o que gerava um bom fluxo de caixa para ela, o estudante com baixo desempenho poderia seguir ao semestre seguinte cursando o semestre repetente ao mesmo tempo, em outro período.
com isso a condução didática dos professores se via, além de desautorizada pela instituição mesmo sem esta o querer, desqualificada como processo pedagógico:
aos alunos, tal procedimento simplesmente nos desautorizava como detentores de um conhecimento necessário, porque o chegar ao diploma passava a ter mais suporte, devido a esse sistema, do que a qualificação necessária para tanto.

e mesmo com tudo já conseguido pelo ciro para o curso, nesse ponto o projeto nunca teria como intervir e concluímos que havíamos chegado no limite do que uma instituição do tipo seria capaz, portanto seria preciso conceber outro caminho.

que foi proposto em outro documento que elaborei a seguir, recalibrando nossa estratégia:
precisávamos repactuar com a instituição um novo tipo de aprimoramento do curso, partindo mais francamente para torná-lo um centro de referência, por etapas definidas de modo a gradualmente adequar o sistema de relações entre o pedagógico e o financeiro, mantendo o sucesso econômico dela no mesmo nível.
a partir das bases propostas nele, organizamos então o novo desenho de curso, o alvaro puntoni desenhando as tabelas que ordenariam tudo e a rosa artigas boa parte dos conteúdos:
com as disciplinas essenciais para formação humanista e técnica, ordenadas em linhas disciplinares por área de conhecimento e portanto com menos professores, aulas em tempo integral, com as de teoria num período e de estúdio no outro, todos os dias da semana, entre outras propostas inovadoras.
a ideia inicial era implantá-lo aos poucos para permitir seu calibramento gradual e evitar conflitos com o curso existente.
tudo isso registrado pela anália amorim, parceira eterna que encontramos então, sempre nos acompanhando em tudo que inventávamos.
e com ela e o grupo, de novo, entre bares, jantares, festas e noitadas, seguimos aprendendo a nos manter juntos em cada crise, coisa que nos foi fundamental para nossa sobrevivência então.

porque infelizmente não foi possível seguir equilibrando contradições, o curso teve que ser proposto e criado inteiro, teve boa adesão dos alunos, funcionou exemplarmente, mas gerou uma série de conflitos que redundaram em seu fechamento, sem conseguir fazer frente às da própria instituição.

entretanto a experiência nos marcou a todos – havíamos inventado, testado e visto dar certo uma nova modalidade de ensino superior para arquitetura.
e isso seria fundamental no nosso percurso adiante – porque dessa base nasceria o desenho pedagógico da escola da cidade.