FAU-UCS-Santos, SP

na Fau-Santos, a FAU-UCS

chegando em santos, contente quisó com meus míseros 29 anos e só 6 depois de formado, vem as primeiras reuniões e encontros, atento a tudo porque encontrei um grupo de mestre/as (quase todos/as aparecem numa das planilhas de planejamento de curso adiante onde, do grupo do curso de projeto original, acho que só não aparecem, talvez, a rita vaz e a cristina castro mello).

 

a cada 4ª feira de aula lá, preparavam os novos professores sempre dentro duma tradição que se mantinha desdos 70s, a de manter o nível do curso de projeto no mais alto grau de conhecimento técnico, de desenho (seguindo vilanova artigas), de história, tecnologia etc..

 

ainda assim o quanto possível então, desde a reforma do ensino brasileiro, no acordo mec-usaid dos 1970’s, onde o curso nasceu daquele projeto, feito para uma mudança de paradigma na educação do país:

abrir o maior número possível de cursos privados que competissem (no entanto sem que se operasse, no acordo, a correspondente infraestrutura acadêmica), com a universidade pública, até então a grande formadora de pensamento para o país.

 

e a escola, uma das 1ªs nessa leva conseguiu, graças ao trabalho do oswaldo correa gonçalves, contar desde seu começo com um timaço de profissionais e professores/as com compromisso forte na defesa e transmissão desses saberes para um país melhor, ainda vindos das universidades anteriores a esse acordo nefasto.

 

graças ao parceiro orpheu zamboni, colega professor no 3º ano da disciplina de projeto, aprendi um mundo, o tempo todo, desde os planejamentos de aulas em conjunto, a montar um programa do semestre/ano letivo dentro dum objetivo de curso combinado, uma metodologia de ensino de projeto baseada no ouvir e organizando um processo de avaliação continuada, por etapas de produção aula-a-aula – muito mais adequada para ensino de projeto do que apenas entregas de trabalhos finais.

e, c/ todos/as, a entender o que cada ano significava como etapa da formação dentro do curso todo, sempre sob a animada direção do chico petracco.

 

descendo a serra de sp a santos – terminando os papos de semana toda – nas próprias aulas dos parceiros/as e nos fins de aulas em bares perto da escola, muitas vezes com alunos/as juntos, riquíssimas de conteúdos – a nos apontar erros e acertos sem a menor complacência, apreendi então, com isso tudo, o que significava o ensino num país se reconstruindo e a dignidade e urgência que há na educação aqui.

 

sempre seguíamos as conversas até sp, entre bares e jantares na mais alegre comunhão de experiências e saberes, que foi-se me tornando num tipo de mestrado de arquitetura, tais as histórias, conversas e conhecimentos que pude privar com eles e elas.

 

e assim fui me formando o que sempre sonhei:

alguém em que o “dar aula” era passar um saber catado nem que fosse a osso, um meio de passar adiante um caráter do conhecimento, uma ética dele, e junto com o saber conceitual e profissional acumulado, o melhor de si – a mais honesta possível para um humano, e assim uma meta para vida enfim, e talvez nisso tudo um projeto de país mais generoso, e talvez melhor, mais belo e mais feliz por isso.