FAU-USP+IAB-Formação

Na Fauusp, 1977-1981

a partir da volta do artigas para a fauusp, com a anistia, em 1979, vários de nós começaram a entender, ainda no meio do 3º ano do curso, o que significava caras como nós estarem num lugar como aquele.

e com caras como aqueles que retornavam – artigas, paulo mendes, maitrejean.

que logo se juntaram com ex-alunos e docentes parceiros/as, mas numa fau já bastante mudada, quase que distante, daquela dos 1960’s.

 

nessa volta deles então, começam a falar emocionados pela singela mas muy caliente recepção que a faculdade preparou, graças a um enorme esforço do edgar dente, com uma pequena expo de projetos, uma pequena mesa p/ os 3, e a alunada da escola inteira esperando eles no saguão defronte à cantina.

 

a partir de ouvi-los nesse dia, não parei mais de assistir o máximo que desse de aulas dos 3.

e me foi possível construir, particularmente com o paulo e o artigas, em cada dúvida e questão das centenas que apresentava, uma proximidade que me mudou para o resto da vida.

assim foi indo até que chega o tempo de elegermos os professores e coordenadores do tgi, a original tese de graduação interdisciplinar – invenção do artigas pra fau original – nosso 5º e último ano do curso, 1981.

 

paulo e artigas já davam aula no ano, elegemos ambos e, claro, o artigas como coordenador, que imediatamente formou uma comissão “paritária” de alunos e professores para coordenarmos “juntos”: ele, o paulo mendes, o carlos eduardo zahn, e mais eu com uns 8 colegas acompanhando e palpitando.

 

foi um ano daqueles de bom, aprendi um monte nessa convivência fraterna entre colegas e mestres, saí ainda mais apaixonado pelo ofício, e por “essa coisa de dar aula” e “coordenar curso”.

 

Depois de uns anos, entre contratempos difíceis e um esforço danado, retomei contato c/ o iab-sp, participando de novo de todas as atividades do ofício, e até da fundação da fundação artigas – ali recebido pela rosa artigas como se nunca tivesse parado de conversar e aprender com elae – e eis que daí inventam de me indicar para professor na fau-santos, em 1987/88.

 

eu um quase des-muleke ainda.

 

e assim começaria, filiz quisó, minhas ‘aulas de projeto’, as que mais desejava fazer, com a sorte dum mestre nisso, o orpheu zamboni que, prática e teoricamente, me formou um professor – que nunca mais o esqueceu por isso – capaz de cada uma das aventuras que se seguiram.

 

e sempre, sempre, sempre, tentando melhorar tanto a mim quanto ao nosso país, o mais que conseguíssemos uns aos outros.

 

o que segue é uma pequena amostra do que me foi possível nisso.

01- disciplina "estudos de problemas brasileiros", seminário "caminhos da arquitetura no brasil" coordenado por artigas - sentado no meio da mesa - e grupo de professores e alunos, nós no 5º ano em 1981, quando ele eleito coordenador do tgi (então nome do 5º ano - o “tese de graduação interdisciplinar”, muito mais adequado para o que significa como término dum curso desse porte, mantido ainda do desenho original dele para o curso da fau dos anos 1960s) e que também cuidava do curso de e.p.b.. foto, possivelmente, do carlos alberto kherlakian, o beco, parceiro no nosso estúdio de projeto, a casanova, o único que não aparece na foto porque sempre estava fotografando tudo, além de ser um lindo músico. na casanova, bom lembrar, ainda tínhamos a vania nallin e o augusto cordeiro, ambos colegas do ano ano anterior no curso e fundadores da origem dela - o porão, de onde me convidaram e segui adiante filizquisó. não tenho certeza, mas provavelmente é a vaninha sentada do meu lado na mesa, na foto aparecem vários alunos/as de outros anos também.
02- escadaria da casanova, na rua alves guimarães, onde tivemos nosso estúdio entre 1980-1982, na casa cor de vinho, à esq. na foto, onde trabalhamos todos depois do porão, e alguns de nós até moramos, entre infinitos papéis-manteiga, papéis-vegetais, lapiseiras, canetas nanquins, e festas, muitas e interessantíssimas festas.