ginásio poliesp. em j.f. / 2006-2008 / Juiz de Fora, MG
Leonardo de Paula Pôla Pazzanese
(Desenvolvimento projeto:
Katia Sano-SP, Werley Purgatto-MG)
Aquele passe do tostão
Demanda vinda por velho companheiro de prancheta, o Leo de Paula (Edif-SSO-PMSP-1982/84), c/ essa então em Juiz de Fora-MG, e uma urgência típica desse país em trabalhos feitos em parcerias com prefeituras: Eu e ele teríamos uns poucos meses, apenas, para fazer o projeto e acompanhar a obra do Ginásio Poliesportivo do Município, na apresentação da cidade como alternativa de apoio aos Jogos Pan-americanos e Para-Panamericanos de 2008.
Era mais uma das suas propostas que buscavam integrar e dar suporte a diversas políticas de desenvolvimento sustentável urbano já a muitos anos.
Seguimos então do partido por ele adotado como estratégia técnica, esportiva e, dados os prazos, política e econômica: O edifício junto ao estádio da cidade (implantado nos moldes do estádio do Pacaembú, em fundo de vale), numa encosta esse sítio, usando-a para uma das arquibancadas, com a outra lançada sobre estrutura de concreto, ligadas ambas por cobertura em arco, que chamamos “de gol-a-gol” (por conveniência e lembrança de muito futebol junto), porque apoiada em arcos na posição transversa ao usual – eles suportariam o conjunto da cobertura no sentido longitudinal do edifício, e não de um lado ao outro do campo de jogo, como se costuma ver por aí.
Com isso conseguimos que se concentrasse, simplificando, coisas ótimas para as circunstâncias: Cargas enormes no solo firme original – metade da arquibancada e quase toda a cobertura – mais uma altura total excelente para os movimentos de bola em todos os esportes e um espaço concentrado porque seguindo a semi-elipse de foco de atenção no jogo, num desenho geral duma estrutura que claramente declarava seu “abraço” àquele programa de espaço de encontros em torno da prática e fruição desportiva. Nesses arcos também dependuramos parte da carga dos mezaninos do jornalismo e dos camarotes, aliviando os balanços dos gigantes das arquibancadas, onde a borda dessa cobertura toda se apoia.
E seguimos inventando, como nas caixas d’água, que também invertemos o desenho da torre usual, para uma plataforma no patamar da rua superior, logo acima da arena, criando uma pequena praça para a paisagem, numa pequena homenagem às infraestruturas de águas ancestrais, como as romanas.
Ainda inserimos no programa de usos um conjunto de espaços complementares visando a ampliação das atividades municipais – como salas para cursos de formação para estudantes das escolas públicas lá ocuparem e treinarem, se aprimorando esportivamente, que ainda possibilitou criar, em seu teto, uma varanda de relaxamento e fruição nos intervalos das partidas.
Como o Ginásio ainda teria que servir ao Para-Panamericano, que ocorreria logo em seguida, desenhamos ele com acessibilidade quase total, da quadra aos vestiários e camarotes, o que o faria, se completo à época, um dos 1ºs desse tipo no Brasil.
Incluímos ainda um palco, lojas e complementos no térreo, como suportes para apresentações e festas públicas no enorme espaço defronte ao estádio, já usado para isso então, perfazendo um conjunto paisagístico desenhado pelo Leo – e seu largo saber do bioma e cultura locais, que enriquecesse a cidade com mais espaços-jardins tão diversos quanto confortáveis no uso.
– ouvindo muitos rockeros, e muito rock