Projeto museológico/gráfico que se propunha a fazer, junto com as rendeiras locais, que elas se tornassem definitivamente detentoras de si-mesmas e seus saberes, criando com elas sua definitiva autonomia econômica e cultural, associando conhecimentos e saberes num conjunto que elas mesmas soubessem como e por que administrar e desenvolver.

Para tal, as projetistas dessa museologia, Silvia Sasaoka e Gisele Peixe, elaboraram um sistema onde as rendeiras assumiriam seu conhecimento aculmulado por meio de oficinas em que tomassem para sis os conhecimentos precisos de organização e exposição de toda a memória ali acumulada, de renda de bilro, e conectando-as com as demais comunidades de artesãs de bilro do país, para que se tornassem um centro de difusão disso no Brasil, o que todas conseguiram.

Desenhamos então a partir daí, eu e Leo, com rendeiras de bilro e autoras dessa idéia de país, combinando saberes e economia local com nossa experiência dele, onde usamos quase toda a verba de obra com materiais e mão de obra local, numa empreita coerente com os princípios do projeto.

O desafio foi então fazer a nova sede com a construção original, com o mínimo de recursos e tempo, de modo a parar a Associação das rendeiras o mínimo de tempo possível. Foi uma epopéia de gestão de obra, entre culturas como a do Piauí e SP, mas conseguimos, como se pode ver cotejando os desenhos originais e a obra pronta.

– ouvindo caetano veloso, ‘cajuína’.