pequeno museu / 2014 / Botucatu, SP
Pôla Pazzanese
Casa de saberes
Pequeno museu de mineralogia do bairro iniciava nova etapa museográfica, integrando ciências da Terra, Cosmologia, Meio-ambiente, num conjunto que permitisse ampliar a compreensão de seu público para essa profunda inter-relação que, tão imensa e claramente, nos dá suporte à vida. Para tanto precisava de novo espaço, conseguido em terreno cedido por concessão por longo prazo – plano, com boa orientação, bom acesso e arborização já iniciada.
Compreendida a museologia, já nas conversas iniciais definimos uma certa “mineralidade evidenciada” para materiais e técnicas construtivas, como eixo do partido arquitetônico, manifesta nas empenas de taipa e de concreto ciclópico, e na ambientação de entrada pelo pátio externo, que teria um pequeno espelho d´água em meio a um paisagismo “seco”, com algumas pedras e plantas do cerrado aqui da Cuesta. Dadas as limitações de verba, condicionada por doações e editais, definimos com o engenheiro Ricardo Athias um sistema estrutural de montagem rápida e simples, em tubos de aço pintado e cobertura em telhas metálicas isolantes tipo forro, com a taipa feita de terra do próprio terreno, o basalto local para o concreto ciclópico, o arenito rosa aqui de Botucatu para os pisos dos salões de expo e seixos de rio para áreas externas (estes retirados da barragem no Tietê, próxima).
Nos esquemas gráficos se observa a transição gradual da escala maior de bairro à menor, de entrada nos salões, convidando, por etapas definidas com delicadeza, à percepção do público dessa passagem da natureza à cultura, que um museu do tipo propõe.
– ouvindo tom jobim, ‘águas de março’